sábado, 11 de janeiro de 2014

Meu cocô voltou!

Uma manhã dessas, sem maiores atrativos, estava trabalhando em meu quarto transformado em escritório quando João Guilherme, meu filho de oito anos entra, vai para o banheiro e fecha a porta. Vi tudo com o canto dos olhos, concentrado que estava na tela do computador.

Menos de um minuto depois ele volta, com uma cara assustada e afirma: - meu cocô voltou!

Deixo o que estava fazendo, ainda sem entender direito o que ele disse e pergunto: - como assim, filho?

- Meu cocô voltou, pai!

- Isso é impossível, João Guilherme, cocô não volta.

- Mas meu cocô voltou, pai, insistiu. O cocô de ontem, que entupiu o vaso, voltou!

De fato, no dia anterior, nesse mesmo vaso, João Guilherme havia tido uma diarreia violenta. Ele chamou a mim e a Claudia para socorrê-lo. A privada, que já não estava bem das pernas, não havia levado seu cocô. Ele ficou tão impressionado que quando entramos no banheiro ele estava em pé no vaso sanitário, talvez com medo de um transbordamento seguido de uma inundação... de cocô.

Intrigado com a questão que desafiava tanto a física quanto a gravidade, fui com ele até o vaso e ele apontou triunfante: - tá vendo, pai? O cocô voltou!

Olhei para a triste cena e, realmente, o vaso estava cheio.

Meio sem graça, ainda que consolado pelo fato de que minha opinião estava correta, que cocô não volta como se fosse um fantasma de mau gosto, ou como uma comida que não caiu bem, expliquei que o problema não era que o cocô dele voltou, mas que o cocô que EU havia feito pela manhã não tinha ido.

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